
ANOS 50
O ritmo, que nasceu com os negros americanos, é filho direto do blues do Mississipi. Esse som eletrizante, proibido para as mocinhas brancas, era tachado pela conservadora sociedade americana dos anos 50 como coisa do diabo e que devia, a todo custo, ser evitado.
Inovador e diferente de tudo que já tinha ocorrido na música, o rock unia um ritmo rápido com pitadas de música negra do sul dos EUA e o country. Uma das características mais importantes do rock era o acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e baixo. Com letras simples e um ritmo dançante, caiu rapidamente no gosto popular. Apareceu pela primeira vez num programa de rádio no estado de Ohio (EUA), no ano de 1951.
Nos primórdios, Fats Domino, já em 1949, vendia mais de 1 milhão de cópias do primeiro single The Fat Man, Chucky Berry alucinava as platéias com seus solos de guitarra e Little Richard era o responsável por sucessos como Tutti Frutti e Long Tall Sally. Mas esse era apenas o começo.
É a fase inicial deste estilo, ganhando a simpatia dos jovens que se identificavam com o estilo rebelde dos cantores e bandas. Surge nos EUA e espalha-se pelo mundo em pouco tempo. No ano de 1954, Bill Haley lança o grande sucesso Shake, Rattle and Roll. No ano seguinte, surge no cenário musical o rei do rock Elvis Presley, nascia o primeiro pop star do planeta.Com Elvis, o rock chegou com todo vigor ao público branco.Unindo diversos ritmos como a country music e o rhythm & blues. O roqueiro de maior sucesso até então, Elvis Presley lançaria o disco, em 1956, Heartbreaker Hotel, atingindo vendas extraordinárias.Já não tinha mais volta. A semente da rebeldia estava ali, e uma música poderosa, capaz de mudar comportamentos e influenciar gerações, também. Os jovens, agora, sabiam como se expressar. Nesta década, outros roqueiros fizeram sucesso como, por exemplo, Chuck Berry e Little Richard.
O Rock estourando no Brasil
A guitarra elétrica se tornou símbolo do rock and roll desde os anos 50, representada por marcas como Gibson e Fender, sendo que o modelo Fender Stratocaster se transformaria em um verdadeiro ícone da década. Em 1958, o guitarrista Link Wray, primeiro a usar efeitos como distorção e feedback, fez sucesso com a instrumental ‘Rumble’ (vídeo acima). Era um fato inédito, pois foi a primeira vez que uma música instrumental de guitarra entra nas paradas de sucesso. Alguns anos antes, o Rock também fervia em terras brasileiras. As primeiras gravações foram feitas por cantores populares. Por exemplo, em 1955, Nora Ney lançou um disco de 78 rpm, pela Continental, a gravação em inglês de ‘Rock Around the Clock’. Até Cauby Peixoto chegou a gravar nos EUA com versões orquestradas e usando outros nomes artísticos. Em 1957, ele lançou a música ‘Rock and Roll em Copacabana’. O primeiro registro na história do rock brasileiro, altamente influenciado por Bill Haley, pode ser atribuído a Betinho & Seu Conjunto com a música ‘Enrolando o Rock’, em 1957. Ele já era considerado um roqueiro, tinha as melhores guitarras e era um fã incondicional do estilo Haley. Tivemos ainda depois os irmãos Tony e Celly Campelo e Carlos Gonzaga. Celly fez sucesso com versão ‘Estúpido Cúpido’, em cima de uma música cantada por Connie Francis. Primeiro grande sucesso de Celly Campello em 1959, "Estúpido Cupido" é uma versão de Fred Jorge para "Stupid Cupid", de Neil Sedaka e Howard Greenfield. A música é um dos clássicos dos primórdios do rock nacional e internacional. O próprio autor, Neil Sedaka, fez sucesso com a cançãoEra uma geração rock and roll que nascia, basicamente, em São Paulo e teve como grande incentivador o radialista Antonio Aguillar, que comandava o programa ‘Ritmos para a Juventude’. Outro veículo de comunicação na época de grande destaque e importante para divulgar o estilo foi a ‘Revista do Rádio’, na qual por diversas vezes Tony e Celly Campelo foram capa e matérias de destaque. Inspirados por esse estilo surgiram grupos como ‘The Jordans’; ‘The Jet Blacks’; ‘The Clevers – que mais tarde se chamaria ‘Os Incríveis’; e ‘Renato e Seus Blue Caps’, que ficariam famosos depois na fase da Jovem Guarda. As gravações eram lançadas em discos de 78 rpm (rotações por minuto), um bolachão muito pesado e que quebrava facilmente. Esse formato durou até 1963 quando foi lançado no mercado o compacto simples de 33 rpm, no qual a matéria-prima usada era poliestireno, material mais resistente.

